O saco gestacional tem grande participação na nutrição do bebê, sobretudo nos primeiros dias.
Durante a gestação, um dos momentos mais marcantes e esperados pelas mães e pais é o do ultrassom. É nele que, por exemplo, podemos ver o famoso saco gestacional. Pode ser que você não o conheça pelo nome, mas este elemento está presente em todas as gestações e é fundamental para a saúde do bebê - sobretudo no início do processo de desenvolvimento.
Neste texto, explicamos o saco gestacional em detalhes e apontamos algumas das principais características que devem ser observadas no momento de sua visualização no ultrassom.
Venha conosco!
O que é e como se forma o saco gestacional?
O saco gestacional é uma membrana que mede de 2 a 3 mm de diâmetro. Sua principal função é proteger e ajudar no desenvolvimento do bebê durante os primeiros três meses da gravidez. Ele também é a primeira estrutura visível no ultrassom, o que ajuda na hora de confirmar que a mulher está grávida. Além disso, ele fica localizado na parte central do útero.
A partir dele, a bolsa amniótica, a placenta e outras estruturas, por exemplo, se formam para auxiliar na nutrição do bebê até seu nascimento. Porém, se engana quem pensa que o saco gestacional surge no momento da fecundação: na verdade, quando ela acontece, primeiro o blastocisto se forma e, após sua formação completa, ele se divide em dois - o embrião e o saco gestacional.
Esta divisão costuma ocorrer durante a 4ª ou 5ª semana da gestação, quando coincidentemente o hormônio da gravidez (Beta HCG) atinge os níveis necessários para serem identificados no sangue (3mUl). Entretanto, é durante a 6ª semana que o saco gestacional começa a aparecer no ultrassom transvaginal.
Além disso, em seu interior encontramos a vesícula vitelina, uma estrutura que irá nutrir e levar sangue e oxigênio ao embrião temporariamente. Assim, quando a placenta está formada e madura o suficiente, ela assume esta função.
O tamanho do saco gestacional
Ainda que seja uma estrutura muito pequena, a membrana vai crescendo de acordo com a evolução da gravidez, podendo variar de corpo para corpo. Por exemplo, na quarta semana da gravidez, é comum que o saco gestacional tenha 5 mm de diâmetro; porém, este tamanho pode variar entre 2 e 8 mm.
E assim proporcionalmente: na quinta semana, o normal é que o saco tenha 10mm, podendo variar entre 6 e 16. Na 6ª, o tamanho ideal é de 16 mm com variante entre 9 e 23. Ao alcançar a sétima semana, o tamanho médio do saco gestacional é de 23 cm com variante entre 15 e 31. Já na oitava, a média é de 30 mm e variante de 22 a 38.
Nas 9ª e 10ª semanas, a membrana continua crescendo e evoluindo para ajudar na nutrição do bebê. Enquanto as médias ficam em 37 e 43 mm, as variantes vão de 28 a 46 e 35 a 51, respectivamente.
Por fim, as semanas de número 11 e 12 marcam a fase final do saco gestacional antes de ser substituído pela placenta. Na última fase do crescimento, a média se encontra entre 51 e 60 mm de diâmetro, com as variantes entre 42 a 60 e 51 a 69, respectivamente.
Para que serve o saco gestacional?
O saco gestacional tem diversas funções, sendo a principal delas fornecer algumas informações importantes para o desenvolvimento do bebê, principalmente nesta primeira fase da vida. Assim, no primeiro ultrassom, o profissional obstétrico poderá observar o tamanho do saco gestacional, assim como se ele está implantado e posicionado corretamente no útero.
Além disso, o contorno e a forma da membrana podem interferir na saúde da gestação, bem como a quantidade de líquido amniótico. Por fim, após a sétima semana de gravidez, é possível já ver o bebê em seu interior, além de escutar seus batimentos cardíacos.
Também é comum que alguns médicos peçam o exame de ultrassom transvaginal apenas após a 8ª semana, já que antes disso a probabilidade de ter dificuldades de obter os dados acima é maior.
Ultrassom transvaginal
Este tipo de exame, além de possibilitar analisar o saco gestacional e seu desenvolvimento ao longo dos primeiros três meses da gestação, também ajuda a identificar outros problemas no canal vaginal da mulher. Sendo um exame não invasivo, o procedimento é feito através de imagens com capacidade de avaliar o canal vaginal, colo do útero, útero, ovários e também suas trompas.
Além disso, após a placenta substituir o saco gestacional, o exame transvaginal também ajuda a analisar o desenvolvimento do bebê, seus movimentos, batimentos cardíacos, sinais de aborto e a saúde do bebê em geral. Todos esses fatores são possíveis por causa da alta qualidade das imagens fornecidas pelo exame, nas quais podemos ver qualquer irregularidade presente nos órgãos.
E, dentre estas irregularidades, problemas como infecções, cistos, câncer e gravidez ectópica - que podem vir a se tornar problemas mais graves - podem ser identificados em sua fase inicial.
Como o exame é feito?
O procedimento pode ser feito tanto em mulheres que não estão grávidas quanto em mulheres que estão. O único “pré-requisito” é que estas já tenham uma vida sexual ativa. A paciente utiliza de um avental médico e a recomendação é de que não esteja de bexiga cheia antes de realizá-lo.
O exame é indolor e dura de 20 a 30 minutos; o profissional ginecologista irá inserir um transdutor no canal vaginal, o qual emite ondas sonoras de alta frequência e forma as imagens transmitidas pelo monitor. Os obstetras recomendam este exame na gravidez pois como o útero ainda está pequeno no início da gravidez, as imagens são obtidas em melhor qualidade. Além disso, ele ajuda a identificar o tempo de gravidez.
Como já dito acima, neste exame, podemos identificar o saco gestacional e sua saúde. Eventualmente, em algumas mães, são identificados problemas nesta membrana. Abaixo, confira quais são alguns deles.
Problemas que podem ser diagnosticados no saco gestacional
Mesmo que esta membrana apareça durante a gravidez, sua presença não quer dizer necessariamente que a gestação está sendo saudável. Por isso, durante o exame de ultrassom, o saco gestacional é avaliado pelo médico e, caso alguma irregularidade seja identificada, alguns problemas podem aparecer. São os três principais deles:
Descolamento do saco gestacional
Ao notar a presença de um hematoma nesta membrana, seja ele por frequentes esforços físicos, quedas, alterações hormonais, hipertensão e até mesmo uso de drogas ou álcool, é comum que o saco comece a descolar-se.
Quando isso acontece, a gestante começa a sentir cólicas - variando entre leves e intensas - e sangramentos. Porém, se agravado, este problema pode aumentar a chance de abortos espontâneos caso o descolamento seja em um nível superior a 50%. O deslocamento, porém, não tem como ser completamente impedido, apenas evitando grandes esforços, bebidas alcoólicas, drogas e tomando cuidado no dia a dia. Em caso de alterações hormonais, é mais difícil evitar.
O descolamento é mais comum nos três primeiros meses de gestação, por isso o pré-natal é importante na hora de decidir o tratamento. Nos casos mais leves, medicamentos e repouso são recomendados para as gestantes. Em outros casos mais graves, a internação é solicitada para evitar maiores complicações e até mesmo abortos.
Saco gestacional vazio
Este caso, diferente do acima, é conhecido como gravidez anembrionária e ocorre quando o óvulo fertilizado chega a se fixar no útero, mas não consegue desenvolver um embrião. Não é comum que aconteça, mas é uma das principais causas de abortos espontâneos no primeiro trimestre de gestação. Neste, o saco gestacional se forma, porém sem nada em seu interior.
A causa deste problema ainda é desconhecida, mas acredita-se que isso ocorra por conta de anormalidades nos cromossomos do óvulo. Os sintomas comuns de gravidez como náuseas, vômitos e sensibilidade nos seios continuam neste caso.
Porém, quando o crescimento do embrião é pausado, os hormônios femininos diminuem e os sintomas também passam. Assim como o deslocamento, este problema é descoberto durante o primeiro ultrassom do pré-natal e, antes do aborto acontecer naturalmente, é comum que a mulher tenha cólicas abdominais, manchas claras e/ou sangramentos.
Em alguns casos, a indução é feita por meio de medicamentos. Porém, não há motivos para maiores preocupações: mulheres que passam por uma gravidez anembrionária têm futuras gestações muito bem sucedidas.
Gestação ectópica
Por fim, neste caso, o óvulo fertilizado se fixará do lado de fora do útero, em estruturas como os ovários, trompas, colo do útero e até na cavidade abdominal. Assim, o saco gestacional se formará em outros lugares do corpo sem ser dentro do útero. Porém, além de causar uma gravidez de risco, o embrião não terá chances de se desenvolver até o final da gestação.
Os sintomas mais comuns são sangramentos, dores na região pélvica e durante a movimentação do colo do útero. Em casos mais graves, a trompa pode ser rompida e causar desmaios e choques hemorrágicos.
A gravidez ectópica também é identificada por meio de ultrassom. Por isso, quando esse problema se apresenta, a gestação é interrompida para preservar a saúde da mulher. Por mais que o nome seja um pouco incomum, o problema ocorre em 2% das gestações, ou seja, 2 em cada 100.
Portanto, é sempre importante realizar acompanhamentos profissionais e todos os exames solicitados pelo obstetra para garantir, além de uma gestação tranquila, a sua saúde e a de seu bebê que está por vir.