Cólica na gravidez

A cólica na gravidez é um problema que costuma atormentar as futuras mães. Saiba o que fazer para controlá-las e evitá-las.

Ser mãe é um desejo comum a muitas mulheres, mas alguns problemas inerentes à gestação, quando não tratados, tiram um pouco do prazer desse período. Entre eles está a cólica na gravidez. 

Aquele incômodo na região do ventre é normal em mulheres grávidas e pode significar algumas coisas. Diante disso, o papel do médico assume caráter fundamental para ter uma gravidez saudável. Fazer um pré-natal correto também evita problemas antes e depois do parto, como a morte súbita de bebês

Nas primeiras semanas de gestação, é comum sentir cólicas, e até ter um pequeno sangramento, pois neste período ocorre o processo de implantação do embrião (nidação). Caso tenha alguma dúvida ou se sinta insegura, procure seu médico.

Realizar o exame de ultrassonografia transvaginal nesse momento pode lhe dar informações importantes para os próximos passos da sua gravidez. Não tome nenhuma medicação para dores sem que seu médico prescreva, sobretudo nas primeiras semanas.

Quais são as causas mais comuns da cólica na gravidez?

Saiba que, na maioria das vezes, os causadores dessas cólicas não são o real motivo de preocupação. A razão mais comum de tais dores são as distensões dos ligamentos que sustentam o útero, que está crescendo – esse incômodo tem a tendência de diminuir após a décima semana. Outro fator a contribuir para esse cenário são os gases.

Além disso, é comum que mulheres sintam dor durante o trabalho de parto, pois a contração do útero evolui durante toda a gestação até atingir a hora de o bebê nascer. As dores irão se acentuar com aproximadamente 30 semanas, aumentando ainda mais à medida que se chega perto do trabalho de parto; ali, atingem seu nível máximo, diminuindo quando o bebê já tiver deixado o ventre. 

Não se assuste caso sinta as dores da cólica nas costas e durante ou após o sexo. Quando o útero está se reacomodando, essas cólicas de encaixe são normais, pois modificam a pélvis da mãe; as dores ao longo da relação sexual, por sua vez, podem ocorrer devido aos movimentos musculares que envolvem a intimidade.

Fora isso há outras situações que podem causar cólicas como:

  • Ficar com bexiga cheia;
  • Infecção do trato urinário.

 

Como posso evitar as cólicas durante a gravidez?

A melhor maneira de evitá-las é levar uma vida saudável. Boa alimentação e atividades físicas regulares, que não envolvam peso e não sejam desgastantes, são fundamentais para se adaptar às mudanças ocorridas no corpo.

Coma bem e evite o sedentarismo, movimentando-se. Yoga na gestação é uma forma que várias mulheres encontram para resolver essa questão. Durante a gravidez, o intestino opera mais lentamente, e, ao manter uma alimentação equilibrada - evitando frituras e massas, por exemplo - você escapa das cólicas causadas por gases.

Não use bolsa térmica no abdômen. Aumentar a temperatura do útero representa um perigo durante a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre. Reduza a atividade física de alto impacto e performance, faça alongamentos e pausas sentadas durante o dia. As cólicas tendem a piorar depois de longos períodos em uma mesma posição.

Utilizar uma cinta de sustentação para a barriga pode oferecer algum conforto contra a cólica na gestação. É recomendável uma cinta elástica para gestante com velcro simples - as melhores cintas para usar na gravidez - usada sobre a barriga que é ajustável e não restringe muito.

O que faço quando sinto cólicas durante a gravidez?

Caso não consiga evitá-las, o recomendado é repousar e tomar bastante água - isso se as dores não forem fortes a ponto de requerer cuidados extras. Ao repousar, seus músculos relaxam.

Apesar dessas cólicas serem comuns durante a gestação, vale prestar atenção. Se, antes de se completar 37 semanas, elas forem fortes, recorrentes e constantes, pode ser indício de um prato prematuro. Para se prevenir de maiores problemas, procure um médico.

Qual a diferença entre cólica durante a gravidez e cólica menstrual?

Durante a gestação, a mamãe pode sentir dores na parte de baixo do abdômen, devido a implantação do zigoto na parede do útero ou por causa das mudanças hormonais. Seja em resposta a um ou a outro, esse incômodo geralmente não é intenso, como as da cólica da menstruação.

Já os níveis das cólicas da menstruação variam de corpo para corpo, e sua dor costuma incomodar muito mais em relação às da gravidez. Fora isso, a cólica menstrual tende a desaparecer quando o sangue desce.

 

Quando devo me preocupar?

Se as cólicas estiverem acompanhadas de tontura e/ou sangramento, isso pode ser um sinal de gravidez ectótipa (que ocorre fora do útero). Esse sangramento pode ser ainda um sintoma de aborto espontâneo ou placenta prévia, isto é, quando a placenta cobre o colo do útero.

Caso você tenha corrimento rosa, é um sério sinal de trabalho de parto prematuro. Isso ocorre pois seu comprimento cervical está mudando; portanto, atenção. 

Outras situações que as cólicas são preocupantes:

  • Muitas contrações seguidas: caso sinta seis ou mais contrações em uma hora, pode ser sinal de parto prematuro;
  • Dores que não melhoram: se a cólica na gravidez não melhora ao longo do tempo, nem com a mudança de posição, também é um motivo para preocupação.

Quando as dores não são preocupantes?

Nas relações sexuais não há necessidade de preocupação; é muito comum sentir as cólicas da gravidez por causa delas. Outro motivo além das contrações musculares é porque o sêmen tem prostaglandinas que estimulam o útero. Então, não se preocupe caso a cólica venha nesses momentos.

Se você mudar de posição e a situação melhorar, não se preocupe. Isso significa que a cólica tem a ver com o alongamento do útero. 

Caso sinta cólica e as dores sumam após uma ida ao banheiro, quer dizer que elas estão relacionadas a um problema intestinal - já que as mulheres podem ter constipação acentuada nesse período – e não uterino.

As dores no primeiro trimestre de gestação

O primeiro trimestre é o período mais comum das mulheres sentirem as cólicas da gestação. Para algumas, esse é o primeiro sinal de que elas estão grávidas, pois é nessa fase que o óvulo fertilizado se fixa na parede uterina (nidação).

Como o útero cresce rapidamente nos dois primeiros trimestres, você pode sentir dores. Os graus de hormônio que variam a todo momento também podem levar ao aumento de inchaço, gases e constipação.

A maior parte das mulheres terá cólicas suaves e espaçadas nas primeiras 16 semanas de gestação. Muitas se preocupam se isso é passível de causar um aborto espontâneo. A resposta é: não necessariamente.

Este tipo de aborto geralmente ocorre quando o embrião se desenvolve de modo anormal ou deficiente; a reação do corpo a isso é eliminar a gravidez.

As cólicas na gestação ligadas ao aborto espontâneo se dão quando o tecido e o sangue que deixa o útero irritam-no, contraindo-o.

 

 

As dores no segundo trimestre de gestação

Este é o período com menor chance de haver cólicas ou qualquer outro sintoma desagradável, exceção feita às gestantes que carregam mais de um bebê na barriga, pois neste caso o útero cresce mais rapidamente, atingindo proporções do último trimestre já no segundo. 

Outra situação que foge à regra é a dor do ligamento redondo do útero, que acontece quando esse ligamento é esticado à medida que ele cresce. Essa dor, porém, geralmente não apresenta riscos, sendo rápida e aguda.

Uma causa mais séria - e rara - é a fibrose uterina. Ela consiste no surgimento de tumores benignos nas paredes externas do útero. Normalmente, eles param de crescer na segunda parte da gestação, pois não há sangue o suficiente para tal. 

Quando tem essa procedência, a dor é muito forte, e costuma se manifestar entre 15 e 18 semanas de gravidez. Se sua família tem histórico de casos de fibrose uterina, fique atenta, pois, além de tudo, elas são passíveis de internação.

As dores no terceiro trimestre de gravidez

Neste período, ocorrem as contrações Braxton Hicks, ou contrações de treinamento. São as mesmas que a mulher experimentará quando o trabalho de parto começar. A diferença é que, no primeiro momento, elas não irão avançar até o parto.

Caso sinta cólicas no segundo e no último trimestre, é importante excluir a possibilidade de estar entrando para um trabalho de parto prematuro. O acompanhamento com o médico é importante.

Você sempre deve se sentir confortável para entrar em contato com seu médico quando estiver preocupada com a cólica na gestação. Peque pelo excesso, e não pela falta. Lembre-se de que elas são normais, naturais, aparecem em diversas fases da gravidez e não são motivos para pânico.