O sono na gravidez pode ser excessivo durante o primeiro e o terceiro trimestre e ‘sumir’ durante o segundo.
Durante uma gestação, é comum que nossas rotinas se alterem bastante, sejam pelas mudanças hormonais ou pelas físicas. Assim, com esse turbilhão de coisas acontecendo de uma vez, é comum que a mulher fique mais cansada que o normal ou até mesmo perca o sono na gravidez. Estas alterações do sono durante a gestação são extremamente comuns e podem variar de grávida para grávida.
Neste texto, listamos tudo o que você precisa saber sobre as mudanças em seu sono e rotina - e por que isso acontece? Confira!
Desde o momento em que o embrião é originado, passando pelo primeiro teste de gravidez ou quando a barriga começa a crescer: todos estes momentos contam com diversas mudanças do corpo humano. Apesar disso, nem todos os períodos da gravidez são iguais; em alguns, a gestante pode sentir maiores irritações e, em outros, maior cansaço, tendo diversos fatores como atuantes nestes momentos.
Entre as principais mudanças em uma gestação, podemos listá-las em dois grupos: as mudanças físicas e as mudanças hormonais e/ou psicológicas. São exemplos delas:
Algumas outras alterações podem ocorrer, mesmo que sejam exceções. Porém, uma das mais comuns em quase todas as grávidas - que também foi citada acima - é a alteração do sono na gravidez.
O sono na gravidez é muito comum, principalmente nas primeiras semanas da gestação. Ele perdura no primeiro trimestre da gravidez e retorna no terceiro trimestre. Sua principal causa é derivada do aumento da progesterona que, cientificamente falando, aumenta o consumo de oxigênio em cerca de 20% e faz com que a pressão arterial diminua, tendo o sono como consequência.
Porém, esse consumo de oxigênio é ideal para o bom desenvolvimento do bebê, visto que o fluxo do sangue para o abdômen também aumenta. Além disso, o peso da barriga combinado às atividades físicas do dia a dia podem trazer um cansaço a mais para a futura mamãe. Mas, como dissemos acima, o sono na gravidez não é o mesmo em todos os trimestres.
Abaixo, explicamos um pouco sobre essas alterações.
O sono tem um grande impacto em nossas rotinas e, quando estamos carregando um bebê na barriga, este impacto fica maior ainda. Assim, qualquer tarefa do dia a dia como lavar roupas, organizar algo de casa, trabalhar e até mesmo cuidar de seus outros filhos parecem necessitar o dobro do esforço normal. Além disso, quando estamos passando por uma gestação, este cansaço pode variar dependendo do período da gravidez.
A partir do momento da descoberta da gravidez até o final do terceiro mês de gestação, é comum que a gestante sinta muito sono por conta dos picos de alteração hormonal que estão ocorrendo em seu corpo.
Assim, é comum você se queixar de estar muito cansada mesmo tendo dormido bem à noite e até tirar cochilos da tarde que não eram comuns em sua antiga rotina. Além disso, é comum que algumas mulheres passem a roncar durante o sono; um dos principais fatores é que o ronco está também ligado ao extremo cansaço. Este pode ficar maior no último trimestre e sumir após o parto.
É comum que, principalmente os pais de primeira viagem, pensem que as mamães fiquem mais cansadas ainda conforme a barriga e o bebê vão crescendo. Porém, na maioria dos casos, o que acontece é o contrário. Além da mãe ir se acostumando com as mudanças de seu corpo, o nível de progesterona no corpo não está mais em seu pico - assim, o cansaço, aos poucos, vai diminuindo.
Outros fatores também começam a ‘atrapalhar’ o sono das gestantes. Com a barriga crescendo, dormir em algumas posições específicas, como de bruços, podem incomodar. Algumas grávidas se queixam de calor excessivo e formigamentos e/ou câimbras nas pernas durante a noite, ambos derivados respectivamente da produção hormonal e do ganho de peso e inchaço do corpo.
Assim, sua boa noite de sono dos primeiros 3 meses pode se tornar uma noite de insônia e, algumas delas, ainda acompanhadas de pesadelos; porém, estes são comuns e acontecem por conta das ansiedades e alterações hormonais de uma gravidez.
Outro ponto que atrapalha as mamães e suas noites de sono são as idas ao banheiro, que ocorrem por conta da pressão que o útero faz nos outros órgãos. Este pequeno empecilho pode durar bastante no segundo e terceiro trimestre.
Ao passar do segundo para o último trimestre, as mudanças corporais seguem a todo vapor e a principal delas é o rápido crescimento do embrião. Muitas mães se queixam que, neste período, o bebê costuma se mexer demais e às vezes, até atrapalham sua noite de sono. Apesar disso, o último trimestre é um marco para o corpo, que começa a se modificar e se preparar para a hora do parto: é aí que volta o cansaço excessivo.
Agora que entendemos como o sono na gravidez funciona, algumas dúvidas podem surgir, principalmente em relação aos nossos pequenos. A principal dúvida a aparecer é: “o meu sono excessivo ou minha falta de sono atrapalham no crescimento do feto?”.
Não! O sono das mães é, como já falamos, devido às alterações nos níveis de hormônios, os quais ajudam na adaptação do corpo e também no crescimento do bebê. Apesar disso, também devemos nos preocupar com os sentimentos da grávida pois, mesmo com a produção de progesterona, o sono excessivo pode ser um sinal para a depressão.
É importante prestar atenção a este quadro e procurar um profissional médico pois condições adversas de saúde mental podem vir a atrapalhar a gestação - como partos prematuros - e até mesmo o pós-parto, como a conhecida depressão pós-parto.
Apesar de comum, o sono na gravidez costuma atrapalhar a rotina e até a saúde das gestantes, pois a falta de uma boa noite de sono (com 8 horas de duração) podem trazer alguns problemas. Quando não dormimos bem, nossos sistemas imunológicos respondem mal e estamos mais suscetíveis a doenças, o que é um pouco mais alarmante quando estamos tratando de grávidas.
Além disso, a chance do surgimento ou da predisposição para doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, depressão e ansiedade são maiores quando não dormimos bem de noite. Portanto, é extremamente importante manter uma boa rotina de sono - ou seja, entre 7 e 9 horas dormidas por noite - combinada a bons hábitos de saúde; assim, a gestante não terá que se preocupar nem com ela nem com o bom desenvolvimento de seu bebê. E, dependendo do trimestre da gestação, esse período de horas dormidas pode aumentar para 10 ou 12 horas, o que é completamente normal.
Agora, se a mamãe está sem sono, algumas dicas podem ajudá-la a poder regular e driblar este cansaço que muitas noites mal dormidas causam. Uma delas é a prática de esportes físicos leves, que ajudam a manter a boa saúde e, ao mesmo tempo, cansam a mamãe o suficiente para dormir uma noite completa. Os alongamentos são grandes aliados das gestantes.
Manter a alimentação correta e saudável de acordo com as recomendações do obstetra também ajuda no sono; uma das principais dicas é tomar um copo de leite antes de dormir. Porém, se você costuma acordar muito para fazer xixi e isso interrompe sua noite, evite tomar muitos líquidos antes de ir deitar. O café, além de te manter acordada, é um ótimo diurético, ou seja, faz você ir ao banheiro diversas vezes.
Além disso, manter o quarto numa temperatura agradável e fresca pode aliviar as ondas de calor noturnas. Para maior conforto na cama, faça o uso de travesseiros específicos. Estes te ajudarão a achar uma posição mais confortável (de lado é a mais recomendada), principalmente quando sua barriga estiver crescendo cada vez mais.
Por fim, lembre-se que se o desconforto não passar e seu sono não melhorar de jeito nenhum, busque ajuda de seu obstetra de confiança. Assim, ele poderá te indicar para um bom neurologista e/ou psicólogo que irão avaliar melhor suas condições e indicar o que você precisa para regular seu sono sem se estressar e, desta forma, cuidar de sua saúde e da saúde do bebê.
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