Cama compartilhada

Entenda a prática da cama compartilhada e os impactos que isso pode trazer à criança.

 

Você mamãe, papai, provavelmente teve, muitas vezes, vontade de dormir agarradinho com seu bebê na cama. Ou mesmo já o fez. Mas e quando isso é levado mais à frente, como um ato constante? 

Dependendo da situação, uma das razões para se optar pela cama compartilhada é a falta de espaço e/ou condições para colocar um berço na casa. Outro motivo é ficar mais perto do bebê durante a noite a fim de facilitar a amamentação. Como podemos imaginar, a cama compartilhada suscita diversas interpretações. De fato, esse é um tema polêmico, que gera questionamentos por parte dos pediatras em todo o mundo.

A exemplo de tudo o que envolve o desenvolvimento da criança, o sono do bebê é um aspecto fundamental e deve ser amplamente discutido. Além das opiniões de mães e pais, é preciso considerar os posicionamentos da comunidade médica, a qual revela algumas divergências internas. Algo compreensível dada a complexidade do tema. Portanto, é hora de abordarmos as distintas evidências e dar a você algumas dicas em relação à cama compartilhada. Tenha uma boa leitura!

 

Perigos da cama compartilhada

O argumento central de quem se coloca contra a cama compartilhada reside nos altos índices da Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL). Em outras palavras, da morte inesperada durante o sono de uma criança com menos de um ano de idade. Não existe uma causa totalmente determinada para isso, mas alguns fatores aumentam os riscos, como dormir de barriga para baixo e dormir na cama dos pais. Outro elemento passível de gerar a SMSL ocorre quando os pais são fumantes e expõem o bebê à fumaça do cigarro quando ainda estava na barriga.

Mãe dormindo com bebê em cama compartilhada

 

A maioria dos especialistas em pediatria no mundo - incluindo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) - desaconselha o uso da cama compartilhada justamente pelo fato de aumentar o risco da SMSL. Esse tipo de morte pode acontecer por meio de sufocamento pelos travesseiros e lençóis, ou mesmo pelo contato com o corpo dos pais durante o sono. 

O indicado é que o bebê durma no quarto dos pais até seis meses de idade, em um berço aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Depois disso, é recomendado modificar o local do sono para o quarto do bebê. Mesmo que ele durma no berço, é importante retirar almofadas, travesseiros e cobertores do local, pois tais objetos representam riscos à criança. Portanto, coloque apenas o necessário. 

 

Transição do quarto dos pais para o quarto do bebê

Caso o bebê esteja acostumado a dormir em cama compartilhada e os pais decidirem transferi-lo para o próprio quarto, é necessário fazer uma transição cuidadosa visando ao bem-estar do pequeno.

Primeiramente, o ideal é colocar o bebê no berço no quarto dos responsáveis por três ou quatro noites. Dessa maneira, o bebê irá se acostumar a não dormir na cama de sempre, mas ainda na companhia da família. Após alguns dias, esse berço será colocado no quarto do bebê durante o mesmo tempo, e ainda com a família compartilhando o recinto.

Bebê em berço separado

 

Em seguida, chegou o momento de seu bebê dormir no seu quarto. Essa etapa requer bastante paciência e disposição para acalmar seu filho sempre que for necessário. Outras recomendações para essa transição ocorrer da melhor forma possível residem na comunicação. Não importa a idade, comunicação é fundamental. Portanto, converse com seu bebê, pois, de alguma maneira, ele irá entender o que você está dizendo.

Além disso, é interessante mostrar à criança que o quarto dela é um local agradável e seguro. Para isso, brincar e realizar atividades do tipo nesse recinto são atitudes muito benéficas para a mudança de espaço.

 

Cama compartilhada e seus possíveis impactos psicológicos 

Para os responsáveis pelo bebê, adotar o método da cama compartilhada pode representar uma preocupação exagerada com a segurança da criança, entendendo que ela estará mais protegida ali. Além de todas as contradições citadas no texto, o sono dos pais é um outro fator passível de ser afetado, cujo efeito atinge a rotina e, consequentemente, a saúde. 

No caso do bebê, vale ressaltar o risco de se retardar o processo de aquisição de independência. Ainda que esteja no começo da vida, os primeiros meses também constituem parcela fundamental à construção da autonomia. E não dormir sozinho pode significar obstáculo.


Dicas para comprar o berço adequado

Visto que o berço é algo muito importante para o bem-estar e segurança do bebê, aqui vão algumas dicas de como escolher o melhor modelo para suas necessidades, além de deixar o quarto do bebê muito mais agradável. Primeiramente, confira as medidas do móvel. A largura das grades não deve ser maior que 6,5 cm; já a largura entre o estrado e as grades não pode passar de 2,5 cm. Por fim, a distância do topo da grade até o estrado não pode ser inferior a 60 cm.  

Outro ponto relevante é avaliar modelos que não têm a possibilidade de machucar o bebê. Além disso, é muito importante pesquisar e se atentar às marcas de credibilidade. Um bom medidor dessa qualidade é o selo do Inmetro; se o berço não tiver essa chancela, descarte a opção.

Optando ou não pela cama compartilhada, tenha em mente a importância do berço

 

Recomendações para um sono tranquilo e seguro

É importante frisar as dicas para que o sono dos pais e do bebê seja tranquilo e seguro para quem é adepto da cama compartilhada:

  • Escolher um colchão firme e com espaço para a família se acomodar adequadamente;
  • Deixar a cama longe de locais em que o bebê possa estar em risco;
  • Os pais devem estar em estado de alerta a todo momento;
  • Não realizar essa prática de forma alguma em caso dos responsáveis serem fumantes ou usuários de bebidas alcoólicas e outras drogas.

Agora, salientamos outras orientações gerais, que independem de se usar ou não a cama compartilhada. São elas:

  • Colocar o bebê para dormir de barriga para cima;
  • Evitar roupas de cama grandes e com muitos acessórios;
  • Não usar pijamas com cordas, fitas e outras coisas semelhantes. Vista o bebê adequadamente de acordo com a temperatura;
  • Sempre deixar o bebê em local seguro; sofás e poltronas são dispensáveis.

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