O que significa altura uterina na gravidez? Qual a taxa de normalidade? Qual a relevância disso para o bebê? Saiba tudo!
Toda gestante sonha em ver sua barriga crescendo; afinal, é o sinal claro de que o bebê está se desenvolvendo. Mas vale ressaltar que, durante a gravidez, a importância de se acompanhar a altura uterina para além da curiosidade.
Com o crescimento do feto, há também o aumento do útero. Por isso, além de ouvir os batimentos cardíacos do bebê, o médico responsável pelo pré-natal precisa verificar a evolução uterina.
O intuito de fazer essa medição e acompanhar de perto sua evolução é averiguar se o desenvolvimento fetal está de acordo com a idade gestacional, se o peso do bebê e do líquido amniótico estão compatíveis com taxas de normalidade. Dessa forma, é possível avaliar se a gravidez é saudável e sem riscos para a mãe ou para o feto.
A altura uterina (AU) serve para medir desde o osso da púbis até o topo do útero com o auxílio de uma fita métrica. Como parâmetro, são usadas “semanas de gestação” para averiguar se o útero está dentro da normalidade da idade gestacional.
Por exemplo:
- 20 semanas de gestação = 15 AU a 21AU;
- 30 semanas de gestação = 26,5 AU a 30 AU;
- 38 semanas de gestação = 29 AU a 34 AU;
O esperado após a 20ª semana de gestação é que a altura uterina coincida com a idade gestacional. Ou seja, para uma gestação de 23 semanas, a altura deve estar em torno de 23 cm. Via de regra, o crescimento é de 0,7 cm por semana.
Início da medição da altura uterina
Entre a 16ª e a 20ª semana, o útero começa a se sobressair do osso pélvico, atingindo a altura do umbigo. É a partir desse período que conseguimos medir a altura uterina. Como há casos que apontam divergência entre o número de semanas e a altura uterina, estabeleceu-se uma tolerância de 2 cm, para mais ou para menos. Quando ocorrem tais divergências, o médico costuma solicitar exames de imagem, como ultrassom, buscando confirmar a idade gestacional e checar o desenvolvimento do bebê.
Quando a altura uterina é imprecisa?
Essa é uma probabilidade quando a mulher está em meio a uma gestação gemelar - ou seja, grávida de gêmeos. Também manifesta-se em situações de obesidade, ou se a gestante possuir um quadro de mioma.
Além desses fatores, a altura uterina fora do padrão pode indicar condições isoladas, como:
- Pouco líquido amniótico;
- Crescimento fetal restrito;
- Líquido amniótico em excesso;
- Um bebê consideravelmente maior do que a média;
Os problemas de crescimento uterino podem ser observados a partir do terceiro trimestre durante os exames de rotina.
Altura uterina abaixo da média
Conforme mencionamos, às vezes o feto pode apresentar uma restrição de crescimento, tornando a altura uterina menor do que o esperado. Bebês pequenos para a idade gestacional (PIG) dificilmente conseguem ganhar peso quando a mãe possui hipertensão na gravidez, por exemplo. Também há a possibilidade de a placenta estar envelhecida.
Com o número de semanas de gravidez estabelecido, geralmente baseado no primeiro ultrassom, as características do biotipo dos pais também são levadas em conta. Pais muito magros e mais baixos costumam ter bebês menores devido à sua própria genética. E esse é um fator que pode preocupar o obstetra ao aferir a altura uterina.
Por fim, gestantes que seguem uma rotina de malhação também podem apresentar uma altura uterina abaixo do indicado. Isso porque a parede abdominal mais rígida impede que o útero se sobressaia.
Entretanto, o obstetra acompanhará os casos mais de perto, sempre sentindo o abdômen da gestante e aumentando a frequência dos exames.
Altura uterina acima da média
A princípio, isso não é um problema para grávida e feto. Altura uterina acima da média decorre do fato de o bebê ser um pouco maior do que o comum. Porém, conforme citado anteriormente, há casos de gestação gemelar, miomas uterinos, obesidade, excesso ou hipossuficiência de líquido amniótico, além da possibilidade de diabetes gestacional.
Em relação à gravidez de gêmeos, a altura uterina ultrapassa bastante o limite para qualquer idade gestacional. Não à toa, dificilmente a mãe consegue suportar a gravidez até a 40ª semana. Assim, o parto costuma ocorrer por volta da 35ª.
Para se ter uma ideia, há casos de gestação gemelar nos quais a altura uterina atinge 17 centímetros com apenas 12 semanas. Numa situação normal, isso ocorreria por volta da 18ª.
Outro fator capaz de influenciar nesse aumento exagerado é a posição do bebê dentro do útero. Muitas vezes, a própria placenta pode contribuir para esse cenário, por ficar abaixo do bebê, empurrando-o para cima. Mas para tal situação, não há nenhuma complicação relacionada.
Seja como for, os exames de imagem solicitados pelo obstetra podem facilmente ajudar a identificar a causa da altura uterina fora do padrão.
Placenta envelhecida
A placenta é um dos mais importantes órgãos de ligação entre mãe e bebê durante a gestação. É ela a responsável pelas trocas gasosas e a alimentação do feto.
A maturidade da placenta é atingida durante o primeiro trimestre da gestação, de modo a proteger o bebê contra impactos, além de produzir hormônios necessários ao período e para o parto. Dada a importância desse órgão, é necessário se atentar ao seu possível envelhecimento, já que essa é a maior causa de partos prematuros.
O stress oxidativo é o principal fator para o envelhecimento da placenta. E isso ocorre por elementos muitas vezes fora do controle dos pais, como a poluição ambiental. Mas outras práticas - mais conscientes, digamos - também contribuem para isso. Por exemplo:
- Má alimentação;
- Infecções corporais;
- Uso de tabaco;
- Obesidade;
- Uso de álcool;
- Crises de estresse e ansiedade;
Portanto, tais hábitos precisam, definitivamente, ser observados, controlados e impedidos durante a gravidez.
E se a altura uterina diminuir durante a gestação?
Conforme passam as semanas gestacionais e o parto se aproxima, é possível que haja uma ligeira diminuição da altura uterina (pouco mais de 4 cm). Isso acontece porque o bebê se encaixa na bacia, tornando a barriga da mãe mais baixa. Inclusive, a ocorrência desse fenômeno indica que o nascimento está bem próximo.
Os pais tendem a se assustar nesse período, já que as movimentações do bebê diminuem, despertando o sentimento de que algo pode estar errado. Mas isso é totalmente normal. Nesse momento, o feto não consegue se mexer com tanta desenvoltura apenas porque os ossos da bacia diminuem seu espaço. Portanto, não há motivo para desespero.
A partir da segunda gestação, é possível que a altura aumente ou diminua (acima da média) devido à elasticidade já enfrentada anteriormente pelo útero. Nessas situações, o obstetra deve analisar todo o histórico da gestante logo no início do acompanhamento pré-natal.
Por fim, vale salientar que os pais não precisam entrar em pânico caso a altura uterina esteja fora do padrão. O médico passará todas as orientações necessárias para que a gestação siga da melhor forma possível.
Alteração da altura uterina é diferente da alteração da barriga
Mudanças no tamanho da barriga são completamente normais durante toda a gestação. Já órgãos como o intestino podem gerar uma distensão abdominal, sobretudo quando ele estiver cheio ou com acúmulo de gases.
Nesses casos, primeiramente, há um aumento da barriga; depois, sua diminuição. Mas isso não está ligado à altura uterina ou à saúde do bebê.