Histórias de ninar

Muito além de um sonífero, contar histórias de ninar é uma forma interessante de entreter seu filho e estimulá-lo a aprender e refletir.

 

Conforme vão crescendo, as crianças desenvolvem novas capacidades de fala, compreensão, demonstração de sentimentos, entre outras. Mas, embora seja parte de um processo natural, é importante criar diferentes meios para estimulá-las.

Nesta matéria, vamos abordar um dos mais eficazes deles: contar histórias de ninar, cuja prática, além de melhorar o sono, desperta a imaginação e aprimora o vocabulário do seu filho. Isso sem contar a criação do vínculo entre narrador e ouvinte, que se estende às demais relações em família. Dessa forma, você cria uma rotina saudável, de modo que a hora de dormir - muitas vezes incômoda - seja aguardada com animação.

Primeiramente, apresentaremos algumas dicas de como contar as histórias de ninar de um jeito especial; depois, listaremos exemplos para você incrementar o repertório.

Mãe contando histórias de ninar

 

Dicas para contar histórias de ninar

Evidentemente, o principal requisito é conhecer as histórias de ninar, e isso, muitas vezes, basta para alegrar e entreter seu filho. Porém, saber como contá-las pode ser um diferencial e tanto. 

Separamos alguns elementos importantes para incrementar as histórias e fazer a criança - e o narrador, por que não - aproveitar ainda mais o momento. Confira!

 

Criatividade

Normalmente, cada história traz mais de um personagem. Portanto, para criar um ambiente no qual a criança se sinta como se estivesse de fato vivendo-o, faça vozes diferentes para interpretar. Capriche nos diálogos e nas demais representações que podem ilustrar o cenário da melhor forma possível. Criatividade nunca se dispensa!

 

Ilustrações

Se você estiver usando livros ou fotos para contar as histórias de ninar, coloque-os na frente dos seus filhos. Assim, você pode pedir que ele vire as páginas ou trace as palavras durante a leitura, tornando a atividade mais dinâmica.

Diversão entre pai e filho

 

Perguntas durante e depois da história

Enquanto você conta a história, faça perguntas à criança para mantê-la engajada, estimular sua reflexão e o desenvolvimento da fala. Além disso, é interessante discutir a moral da história no final, pois assim você perceberá se seu filho entendeu ou não o enredo.

Aproveite também para apontar novas palavras e explicar o significado delas, de maneira a incrementar o vocabulário do pequeno.

 

Leitura em diferentes momentos do dia

Embora nosso tema aqui seja ‘histórias de ninar’, isso significa necessariamente que você deva contá-las apenas para dormir à noite. É interessante fazer a atividade em outros momentos do dia, até mesmo para compreender a capacidade de atenção da criança. 

Na medida em que o nível de atenção atinge um patamar mais alto, vale a pena ler mais histórias antes do anoitecer.

 

Exemplos de histórias de ninar

Dadas as dicas de como contar histórias de ninar, separamos agora sete diferentes exemplos para você colocar em prática. Conhece todas elas? Algumas? Ou nunca tinha visto nenhuma?

Não importa! Leia abaixo e fique pronta para colocá-las em prática.

 

O Leão e o Rato

O Leão e o Rato

 

Um leão estava dormindo, até chegar um rato que começou a correr sobre seu corpo apenas para se divertir. Isso atrapalhou o sono do leão, que acordou muito irritado. Mas quando ele estava quase comendo o rato, o pequeno animal pediu desesperadamente para ser libertado. “Eu prometo a você; um dia serei de grande ajuda se você me salvar”, disse ao leão, que riu e deixou o rato ir embora.

Certo dia, caçadores entraram na floresta e levaram o leão com eles, amarrando-o em uma árvore. Enquanto lutava para escapar, o leão começou a chorar, e logo o rato - aquele - percebeu. Então, ele correu em direção ao leão, roeu as cordas e o libertou. Assim, os dois saíram livres.

Moral da história: Um pequeno ato de gentileza pode ajudar muito / Uma boa ação ganha outra.

 

A Raposa e as Uvas

A Raposa e as Uvas é uma das mais conhecidas histórias de ninar

 

Certo dia, uma raposa descansava debaixo de um pé de uvas, até sentir vontade de comer algo refrescante e diferente do que estava habituada. Então, levantou-se e ergueu as patas para pegar as uvas. Mas os ramos da árvore eram muito altos para ela, que pulava, pulava, mas não conseguia alcançá-los. Tomou distância, correu e saltou mais uma vez. Sem sucesso. 

Cansada pelo esforço inútil, a raposa se convenceu de que não adiantava mais tentar. As uvas estavam fora do alcance. Mas, quando estava deixando o local para retornar ao bosque, ela notou a presença de um pássaro que voava por ali, presenciando toda a cena. Envergonhada, a raposa disse:

- Eu teria alcançado as uvas se elas estivessem maduras. Me enganei no começo, mas, quando percebi, desisti. As uvas verdes não são um bom alimento para um paladar tão requintado quanto o meu.

Será mesmo? E assim a raposa seguiu sua jornada, mais por vergonha do que por juízo, tentando se convencer de que não foi por falta de esforço que ela desistiu das uvas, mas, sim, porque as frutas estavam verdes.

Moral da história: Muita gente finge que despreza aquilo que não conseguiu obter. 

 

A Raposa e a Cegonha

A Raposa e a Cegonha

 

Continuamos no universo das raposas! Certo dia, uma raposa egoísta convidou uma cegonha para jantar. A cegonha ficou muito feliz com o convite, aceitando prontamente. Logo que bateu na porta com seu comprido bico, a cegonha foi recebida pela raposa, que levou-a até a mesa de jantar e serviu sopa em tigelas rasas para as duas.

Mas tinha um problema. A tigela era rasa demais para a cegonha e seu bico. Já a raposa lambeu a sua rapidamente. 

Mesmo chateada, a cegonha não demonstrou o incômodo, comportando-se educadamente. Assim, planejou dar uma lição à raposa - retribuiu o convite, chamando-a para jantar no dia seguinte.

A cegonha estava com raiva e chateada, mas ela não demonstrou sua raiva e se comportou educadamente. Para dar uma lição à raposa, ela a convidou para jantar no dia seguinte. O cardápio também foi sopa, mas desta vez servida em dois vasos altos e estreitos. Assim, enquanto a cegonha devorava o alimento, a raposa não conseguiu beber nada por causa de seu pescoço estreito. Com isso, percebeu seu erro e voltou para casa faminta.

Moral da história: Um ato egoísta sai pela culatra mais cedo ou mais tarde!

 

Derick e o Lápis

Histórias de ninar: Derick e o Lápis

 

Um menino chamado Derick ficou chateado porque tinha ido mal no teste de inglês. Sentado cabisbaixo em seu quarto, só se confortou quando a avó entrou e lhe entregou um láṕis. O garoto olhou, intrigado, e disse que não merecia um lápis depois do desempenho ruim na prova. Mas a avó explicou:

“Você pode aprender muitas coisas com este lápis porque ele é igual a você. Assim como todo o bem que vem do lápis vem de dentro dele, você também encontrará força para superar esse obstáculo.”

Derick foi imediatamente consolado e prometeu a si mesmo que faria melhor.

Moral da história: Todos nós temos força para ser quem desejamos ser!

*O conto pode ser adaptado. Se você preferir, pode usar qualquer outro nome ao invés de Derick, ou escolher outra matéria no lugar de inglês, por exemplo. O que importa é manter a mensagem central e estimular o aprendizado do seu filho!

 

A Estrela de Dinheiro

A Estrela de Dinheiro é uma interessante história de ninar

 

Era uma vez uma menina (aqui você também pode escolher o nome que quiser!) cujos pais estavam mortos. Ela era tão pobre que não tinha nenhum lugar para morar, muito menos cama para dormir. Restava apenas a roupa que vestia e um pedaço de pão que alguma pessoa caridosa dava a ela.

Mas essa menina era boa e piedosa. E como ela foi abandonada por todo o mundo, ela saiu para o campo, confiando em forças divinas. Nesse caminho, um pobre homem encontrou-se com ela e disse: “Me dê algo para comer, estou com tanta fome!”

Ela, então, deu o pedaço inteiro de pão, e ainda desejou boa sorte. Em seguida, veio uma criança se queixando: “Minha cabeça está tão fria, dê-me algo para cobri-la”. Prontamente, a menina tirou o capuz e entregou a ela.

Após caminhar um pouco mais, eis que chega outra criança, sem casaco, quase congelando de frio. Então a menina deu o seu próprio. Por fim, ela entrou em uma floresta quando já havia escurecido. Ali, outra criança pediu seu vestido. E a menina pensou consigo mesma: “Bom, já está escuro e ninguém me vê. Então, posso doar minha camiseta.”

Dessa forma, não sobrou nada à pobre menina. Mas, de repente, algumas estrelas do céu começaram a cair. Ao se aproximar, ela percebeu que não eram bem estrelas, mas, sim, dinheiro! E embora ela tivesse acabado de dar seu vestido, uma nova peça surgiu no lugar.

Assim, a menina juntou o dinheiro e garantiu uma vida bem mais digna a ela, mas sem interromper suas obras de caridade.

Moral da história: Todo o bem que fazemos, mesmo diante das maiores dificuldades, um dia será recompensado.

 

O Elefante e Seus Amigos

O Elefante e Seus Amigos

 

Era uma vez, um elefante solitário que entrou em uma estranha floresta. Tudo era novidade para ele, que procurava fazer amigos nesse ambiente. Primeiro, o elefante se aproximou de um macaco e disse:

- Olá, macaco! Gostaria de ser meu amigo?

- Você - respondeu o macaco - é grande demais para balançar como eu, então não posso ser seu amigo.

Depois, o elefante tentou o sucesso com um coelho, fazendo-lhe a mesma pergunta, mas também não deu certo.

- Você é grande demais para caber na minha toca, então não posso ser seu amigo, disse o coelho.

O elefante partiu então para sua última tentativa. Foi até o sapo que estava na lagoa, e repetiu a pergunta. Mas…

- Você é muito pesado para pular tão alto quanto eu, então não posso ser seu amigo, explicou o sapo.

Mas certo dia, quando o elefante estava quase desistindo, viu todos os animais correndo na floresta, e perguntou a um urso do que se tratava. Então, ele disse: “O leão está por perto - eles estão fugindo pra se salvar.”

O elefante não pensou duas vezes; foi até o leão e disse: “Por favor, não machuque esses animais inocentes. Deixe-os em paz!”. Mas o leão não atendeu, pediu que o elefante se afastasse. Então, o elefante reagiu, empurrando o leão com todas as suas forças, fazendo-o ir embora.

Assim, os animais foram até o elefante e, agradecidos, disseram: “Você tem o tamanho certo para ser nosso amigo!”

Moral da história: O tamanho de uma pessoa não determina seu valor.