A hiperlactação é um problema que pode atingir diversas mães e é mais comum do que parece.
Durante a gestação e até mesmo na maternidade, algumas mães podem passar por alguns problemas e estes podem ter diversas causas. Um destes problemas é a hiperlactação, que consiste no excesso de leite no peito da mãe. Mesmo que seja pouco conhecido, este problema é muito comum entre diversas mães, merecendo uma atenção especial. Afinal, o leite materno é a principal fonte de alimentação e nutrientes do bebê e a hiperlactação pode atrapalhar na hora da amamentação.
Pensando nisso, trouxemos todas as informações que as mamães precisam saber sobre este tema, suas causas e como resolvê-lo para que os cuidados com seu bebê sejam feitos de forma tranquila. Venha conosco e saiba mais!
O que é e como acontece a hiperlactação?
A hiperlactação ocorre quando há a produção excessiva de leite no peito da mãe. Durante a fase da amamentação, algumas mães costumam produzir uma quantidade de leite maior do que o necessário para alimentar o bebê. Isso também pode causar a ejeção do leite durante o dia e ocorre por conta do grande volume de líquido armazenado dentro dos ductos lactíferos.
Assim, a pressão aumenta e a saída do leite torna-se um rápido e forte jato. Assim, a hiperlactação pode se tornar um desconforto tanto para as mães quanto para os bebês. Além disso, outra consequência desse problema é que pode acontecer o ingurgitamento mamário, quando a mama fica endurecida por conta desse excesso de leite, podendo até causar inflamações das mamas, conhecidas como mastites.
As causas
A hiperlactação não tem apenas uma causa; algumas mães podem ter uma produção excessiva do hormônio responsável pela produção de leite, a prolactina. Durante os primeiros dias após o parto, geralmente entre o 3º e o 7º , é comum que o corpo das mães produza muito leite para suprir as necessidades da criança.
Assim, o processo de regulagem do corpo acaba sendo complexo e algumas mães não conseguem regular a produção de leite, tornando a quantidade excessiva. Este excesso de produção láctea também pode estar ligado a problemas de manejo na hora da amamentação. Algumas mães não esvaziam totalmente o seio na hora de amamentar, gerando acúmulo de leite para a outra mamada.
É importante esvaziar toda a mama para que o corpo entenda a quantidade exata que deve produzir de leite e ir se adaptando naturalmente com o tempo. Outro fator que pode ser uma causa da hiperlactação são condições genéticas: algumas famílias costumam ter histórico de maior produção de leite e passar esta condição através das gerações.
Sintomas mais comuns
A hiperlactação pode se apresentar por meio de alguns sinais e sintomas, porém, é sempre bom consultar-se com um médico caso eles se apresentem. Os sintomas e sinais podem aparecer tanto nas mamães quanto nos pequenos. Nas mães, é comum a sensação de que os seios estão maiores, inchados e muito cheios de líquidos. Além disso, por estarem muito cheios, é comum que o leite vaze dos seios e molhe o sutiã ou roupa da mãe.
Mamas ingurgitadas, pesadas, adormecidas, formigando e/ou doendo na hora de amamentar também são sintomas de hiperlactação. Dores em todo o seio e inflamações, também conhecidas como mastites, também são sinais muito comuns e que podem indicar a possibilidade de um problema maior. Os bebês também podem ajudar as mães a identificar estes sinais.
É comum que, na hora da amamentação, eles engasguem frequentemente ou apresentem dificuldades ao mamar. Uma das principais dificuldades é quando o bebê interrompe muito a amamentação. Essa dificuldade e os engasgos podem ocorrer por conta do reflexo da ejeção de leite muito intenso.
O bebê também pode ficar desconfortável durante e até após a mamada, como flatulências excessivas, desconforto abdominal, vômitos e refluxos recorrentes - o que pode até ser diagnosticado como doença do refluxo. A coloração ou textura das fezes de seu bebê também podem ser um sinal de hiperlactação; caso elas estejam em tons verde-escuro e/ou espumosas, as mães podem ficar atentas ao fluxo de leite na amamentação.
Ao perceber algum destes sinais - principalmente os apresentados pelos bebês -, consulte um pediatra ou obstetra para saber se realmente o problema está sendo causado pela hiperlactação.
Consequências da hiperlactação: empedramento do leite e mastites
A hiperlactação, assim como outros problemas da gravidez, podem trazer consequências tanto para os pequenos quanto para as mães. Para os bebês, a hiperlactação pode causar três grandes problemas: diagnósticos errados, dificuldade de ganho de peso e desmame precoce, sendo os dois últimos interligados.
Como já dito acima, a amamentação frequentemente interrompida pode causar refluxos constantes e, ao levar a criança ao médico ou pediatra, o diagnóstico errôneo vai indicar que ela tem, na verdade, doença do refluxo. Além disso, o corpo humano se acostuma com a quantidade de alimento que você ingere.
Assim, se os pequenos alimentam-se pouco e interrompem muito a hora da amamentação, o corpo pode entender que a pouca quantidade de leite é a necessária para suprir os nutrientes que o bebê necessita.
Como consequência, o bebê pode parar de tomar leite materno mais cedo que o normal ou, pior ainda, não conseguir ganhar peso pela falta de nutrientes. Por isso, é sempre bom consultar o médico para garantir o bem estar do seu bebê. E tão importante quanto o bem estar do bebê é o bem estar das mães, que podem ser grandes afetadas pelas consequências da hiperlactação. Para as mulheres, dois grandes problemas podem ser gerados, sendo eles as mastites e o empedramento do leite no peito.
As mastites são conhecidas como inflamações do tecido mamário e, na maioria das vezes, são acompanhadas por infecções. As mastites associadas à lactação podem ocorrer em uma a cada dez mulheres que amamentam, ou seja, 10%. Os principais sintomas das mastites são as dores no local, aumento de temperatura do seio e vermelhidão, além de fissuras no seio. Como sintomas menos comuns, podemos citar o abaulamento local ou aumento do volume do seio.
As mastites precisam de certo cuidado, pois podem evoluir de um processo inflamatório para um processo infeccioso e eventualmente formar abscessos. O tratamento delas é feito por meio de antibióticos e/ou antiinflamatórios. Em casos mais graves, a necessidade de drenagens e até mesmo procedimentos cirúrgicos podem surgir.
Já o leite empedrado, também conhecido como ingurgitamento mamário é o acúmulo de leite nas mamas que, ao longo do tempo, vai ficando mais viscoso e dificulta a saída do leite na hora da amamentação.
Além de sentir a mama maior e mais dura, a mãe pode sentir muitas dores e desconfortos na hora de amamentar seu pequeno. Este problema também ocorre por conta do esvaziamento incorreto dos seios, podendo ter outras causas indiretas, como realização incorreta da técnica de esvaziamento ou uso de suplementos medicinais.
Para se livrar do leite empedrado, as mães podem realizar alguns pequenos métodos que também ajudam a aliviar o desconforto. Estimular os gânglios linfáticos localizados na região das axilas, pois quando estimulados, estes ajudam a reduzir a sensação de inchaço e dores nos seios. A massagem deve ser feita com movimentos circulares, de 5 a 10 vezes seguidas. É possível sentir a presença de pequenos nódulos na região, que indicam que estão inflamados com o excesso de líquido das mamas, sem ser motivo de preocupação.
Outro tipo de massagem também pode ser feito, agora na região das mamas. Quando feita em formato circular, o leite é conduzido pelos canais dos seios e pode ser removido mais facilmente. A compressa fria também ajuda a reduzir a inflamação e inchaço dos seios e pode ser feita após a amamentação.
Como resolver a hiperlactação?
Assim como a maioria dos problemas, a hiperlactação também tem solução e os processos são rápidos e simples. As mamães podem evitar tomar banhos muito quentes, pois estes ajudam a estimular a produção de leite. Além disso, as compressas frias após a amamentação ajudam tanto com leite empedrado quanto com a hiperlactação.
Alguns medicamentos como antidepressivos ou para tratamento de epilepsia também são estimulantes da produção láctea. Porém, seu uso deve ser recomendado ou não pelo médico responsável. As mamães também podem ordenhar um pouco a cada mamada, mas não exagerando pois o corpo pode achar que este também é um estímulo.
Revezar os seios durante cada mamada, deixando o bebê mamar em um seio de cada vez, ajuda na produção suficiente de leite em cada seio, não deixando a produção ser desigual em cada mama. Utilizar bons sutiãs com suporte ou esportivos - com tecidos antibactericidas, de preferência - também ajuda na postura da mãe e a sustentar o peso dos seios, evitando a pressão nos mesmos.
Por fim, esvaziar um pouco a mama antes do bebê começar a mamar também ajuda a evitar engasgos. Deixar o bebê em uma posição mais vertical também faz com que o jato inicial perca força na hora de sair. Em todos os casos, não deixe de consultar um pediatra e/ou obstetra para melhores informações, deixando as mamães menos preocupadas.