Febre em bebê

Qualquer anormalidade preocupa os pais em relação ao seu recém-nascido, ainda frágil em fase de desenvolvimento. A febre em bebê pode tanto ser rápida e passageira, como um motivo de alerta para os pais. Portanto, deve receber cuidados e atenção especiais.

 

Especialistas costumam divergir sobre qual a temperatura exata para diagnosticar a febre. Se estiver acima de 37°C, alguns médicos já alertam para que os pais fiquem atentos em relação ao comportamento dos filhos. Com 38°C, é unânime a interpretação de que existe febre. 

Em todos os estágios, é imprescindível a observação dos pais. Porém, a situação é extrema se for constatado 41,5°C de febre em bebês. A partir desse grau, corre-se o risco de causar lesões cerebrais na criança. 

Febre em bebê: temperaturas para cada estágio

 

De modo geral, a febre é uma ação do próprio corpo para ajudar a combater infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. São vários os motivos que podem levar aos quadros leves e graves dessa enfermidade. Confira abaixo.

 

O que pode causar a febre em bebê?

 

Resfriado

Os resfriados possuem origem viral ou bacteriana, e geram a infecção das cavidades nasais. A febre em bebê pode ser acompanhada de coriza, espirros, entupimento nasal, entre outros. 

A depender dos demais sintomas, o pediatra pode indicar um antibiótico para o tratamento; portanto, é necessária a visita ao especialista. Porém, o resfriado não costuma ser motivo para maiores preocupações, já que dura, em média, 10 dias.

Resfriado é um dos sintomas de febre em bebê

 

Reação à vacina 

Os primeiros meses de vida são caracterizados pelo início da vacinação. Por expor o bebê a patógenos que geram resposta imune, ele pode desenvolver febre ou algum outro sintoma devido à vacina. Mas atenção: em hipótese alguma, isso deve ser razão para não vacinar! Até porque a febre, bem como outras reações, tendem a sumir nas horas seguintes. Caso os sintomas persistam, consulte um médico.

 

Dor de ouvido

O uso frequente de chupetas pode causar um acúmulo de secreções na tuba auditiva. Este ajuntamento recebe o nome de otite - e também pode ser gerada por outros motivos, caracterizando-se pela dor de ouvido. Isso gera irritação e, possivelmente, febre no bebê. É necessária a visita a um médico para a indicação de um medicamento e instruções para fazer a higienização correta dos ouvidos. 

 

Pneumonia

Assim como o resfriado, a pneumonia tem sua origem em vírus ou bactérias. Os sintomas, por sua vez, parecem ser agravados em relação ao resfriado. O bebê possui dificuldade para respirar, acumulação de mucos, tosse seca, febre, entre outros. 

O médico deve ser visitado imediatamente para prosseguir com o tratamento da doença. Em casos leves, é necessário repouso e o uso de antibióticos. Nos casos graves, o tratamento geralmente é feito dentro do próprio hospital. 

 

Infecção urinária  

A infecção, além de febre, causa dores e desconforto na hora de urinar. A excepcionalidade no trato urinário ainda pode afetar o funcionamento em outros órgãos, como bexiga, rins ou uretra. Em casos mais graves, pode ser encontrado sangue na urina do bebê. Por isso, também é preciso ir ao pediatra para a prescrição de antibióticos.

Com a medicação, os sintomas geralmente vão embora em dois dias. 

 

Dor de garganta 

Muitas vezes, a dor na garganta decorre da amigdalite, que nada mais é do que a inflamação das amígdalas. Elas ficam vermelhas e maiores do que o comum. 

Além da febre, pode ocorrer cansaço e rouquidão. Embora não seja contagiosa, a dor vem acompanhada de gripe e resfriado, podendo gerar caroços na garganta em casos mais graves. O tratamento é feito à base de antibióticos e antiinflamatórios, sendo necessária a consulta médica. 

 

Dentição causa febre em bebê: mito ou verdade?

Dentição causa febre em bebê: mito ou verdade?

 

Muitos pais, e até mesmo especialistas, atribuem a febre ao nascimento de dentes no bebê. No entanto, uma análise do jornal Pediatrics sugere que a dentição afeta apenas a gengiva da criança, causando inchaço, desconforto e salivação. De acordo com o estudo, as variações na temperatura não ultrapassaram os 37,5°C. Em alguns casos, também foram observados sintomas como vômitos, diarreia, perda de apetite e erupções cutâneas.

Embora não tenham sido encontradas relações causais entre dentição e febre em bebê, isso não significa que o aumento da temperatura deve ser ignorado. Essas complicações costumam durar entre três e cinco dias; se a febre ou demais sintomas persistirem, já sabe: procure um médico.

 

Como medir a temperatura do bebê

As medições através de um termômetro podem ser feitas tanto na região da axila quanto no ânus. Deve-se levar em conta a variação de temperatura que as áreas possuem. 

Para aferir a temperatura na axila, a parte metálica do termômetro deve estar em contato com a pele, e assim ficar por três minutos. Ao término, o resultado aparecerá no próprio aparelho. Se a medição for feita pelo ânus, é necessário o uso de um termômetro com ponta mole e flexível. Vale ressaltar que a temperatura retal costuma ser 1°C maior do que a constatável por outras áreas. 

Outra saída é a medição pelo termômetro digital, que em menos de um minuto já mostra o resultado.

Termômetro digital NUK

 

Medicamentos para a febre 

Sempre que for constatado febres e outros sintomas em crianças, é preciso levá-las ao pediatra. No entanto, em casos leves e sem mais complicações, muitos pais fazem o uso de medicamentos. 

O remédio é um analgésico e antipirético, à base de dipirona monoidratada. Sua composição é capaz de reduzir a dor e a febre em bebê. O uso deve ser acompanhado pelo pediatra ou médico primário da criança. A dipirona pode ser administrada em gotas, supositórios ou xarope; mas tenha cuidado, pois seu uso desregrado traz riscos e pode causar problemas mais sérios ao bebê.

Entre os efeitos colaterais estão: dor no estômago; diarreia; arritmia; pressão baixa; urticária; reações alérgicas e agranulocitose. Esta última significa a diminuição dos glóbulos brancos do sangue, podendo causar feridas, calafrios e “corpo mole”.  Ao constatar tais sintomas, vá imediatamente ao pronto-socorro.

Confira as dosagens para cada peso:

Medicamentos para febre: dosagens corretas

 

Outras causas de febre em bebê

 

Dengue

Caso o aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela - encontre um recém-nascido, também causará febre, irritação e perda do apetite.  

 

Catapora

Essa doença é uma infecção viral caracterizada pela irritação cutânea. Além de bolhas, suas possíveis consequências são febre, perda do apetite e dores. Apesar de altamente transmissível, a catapora pode ser evitada com a vacina. 

Bebê deitado com brinquedo

 

Sarampo

Sintomas: manchas roxas na pele; febre; coriza; tosse; inflamação nos olhos e dor de garganta. Assim como a catapora, pode ser evitada pela vacinação. O contágio ocorre por gotículas no ar, saliva, contato físico e superfícies.  

 

Erisipela

Vamos tornar acessível este nome complicado. Trata-se da infecção na pele causada por uma bactéria nos vasos linfáticos. Entre os principais sintomas estão: febre; calafrios; fraqueza, e náusea.

 

Escarlatina

Doença gerada por bactérias que incomodam a pele. É caracterizada pela febre alta e dor de garganta, além das irritações visíveis. A escarlatina costuma acometer pessoas de 5 a 15 anos.    

 

Como baixar a febre 

Além de remédios, há outros métodos, recomendados por especialistas, que ajudam no controle da temperatura do bebê.

 

Vários pais imaginam, de forma simplista, que os recém-nascidos sentem mais frio do que os adultos. No entanto, a afirmação está equivocada, embora os bebês ainda não possuam capacidade de autorregulação da temperatura corporal. Isso faz com que eles percam mais temperatura em ambientes gelados, por exemplo.

Portanto, é preciso vesti-los com uma camada a mais de roupa. Se for usar uma blusa de manga comprida, coloque também um agasalho na criança. 

 

Casos graves de febre em bebê

Ao longo do texto foram abordadas as diversas situações que causam febre em bebês. Contudo, existem hipóteses extremas que, se aferidas e somadas com a febre, devem levar os pais ou responsáveis a procurarem uma unidade de saúde o mais rápido possível. São elas:

 

  • Se a febre acima de 38°C for acompanhada de diarréia, vômito e falta de apetite para mamar ou comer; 
  • Febre alta aliada a olhos fundos e pouca urina - o que pode significar desidratação;
  • Manchas, coceiras ou pintinhas no corpo;
  • Se o bebê chorar ou choramingar mais do que o habitual; 
  • Dificuldade para respirar;
  • Se a criança não conseguir dormir por mais de 2 horas seguidas;

 

Convulsões

Aqui, vale um destaque maior. Caso a convulsão febril ocorra, é preciso deitar a criança e proteger sua cabeça, para que não haja nenhum dano a mais. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não é necessário segurar a língua, embora chupetas possam causar engasgo.

Geralmente, esse tipo de convulsão dura 20 segundos e acontece uma única vez.