Dentição do bebê

A dentição do bebê é um processo importante, cujas características podem deixar o pequeno mais agressivo em função da dor e do inchaço nas gengivas.

 

Pode não parecer, mas o desenvolvimento dos dentes do bebê começam ainda enquanto feto na barriga, durante as primeiras semanas de gestação. Por volta da oitava semana, formam-se debaixo da gengiva os chamados botões dentários. Eles permanecem nesse estado até depois do nascimento, como base para os futuros dentes.

A dentição do bebê é um tema essencial ao primeiro ano de vida da criança, pois envolve diversos fatores para além do universo bucal. E embora cada bebê tenha sua particularidade, é possível traçar uma linha do tempo para delimitar o processo. Isso pode ajudar bastante os papais e mamães - sobretudo os de primeira viagem - a atravessar esse período geralmente doloroso ao pequeno.

Algumas crianças têm reações locais ou generalizadas no decorrer do processo de crescimento, algo passível de atrasar a dentição do bebê. No entanto, são manifestações passageiras e não significam prejuízos a longo prazo, salvo raras exceções. 

De qualquer modo, é importante manter contato com um médico especialista para sanar dúvidas e fazer as melhores escolhas.

 

Quando nascem os primeiros dentinhos?

Via de regra, eles surgem a partir do momento em que o aleitamento materno deixa de ser o único meio de alimentação. Ou seja, em torno dos 6 meses de idade. Vale destacar, porém, que cada organismo tem seu próprio ritmo; portanto, ampliamos essa “margem de erro”. Diante disso, consideramos que a também chamada erupção dentária no intervalo entre 3 meses e 1 ano de idade. 

Quando a criança completar três anos, ela provavelmente terá 20 dentes de leite.  Já após os 5 anos, a tendência é que os dentes molares (aqueles no fundo da boca) também nasçam.

Processo de dentição do bebê

 

Sintomas na formação da dentição do bebê

Alguns bebês ficam mais irritados do que o habitual durante esse processo, que costuma causar dores, inchaço e coceira nas gengivas. Além da irritabilidade, a criança pode sofrer alterações no sono e aumento da salivação. 

Os sintomas geralmente aparecem cerca de três a cinco dias antes de o dente nascer, desaparecendo conforme eles nascem. Isso é o convencional, mas isso não uma regra. Lembra-se de quando dissemos que cada bebê reage de uma forma? Pois bem, em alguns casos, os sintomas duram semanas; em outros, o início da dentição do bebê pode ser totalmente inofensivo ao pequeno. 

Agora, se tais manifestações forem muito severas ou não desaparecerem, você deve consultar o médico. 

Por fim, vale salientar a aparição de outros sintomas no período, como diarreia, infecções respiratórias e febre. Entretanto, eles não estão relacionados ao surgimento dos dentinhos, mas, sim, com os novos hábitos da criança. Com o início da dentição, é natural que ela coloque mãos e objetos na boca, bem como comece a ter contato com mais pessoas.

Nascimento dos primeiros dentinhos

 

O que fazer para aliviar os sintomas?

Iniciamos pelo básico, pelo geral: o bom e velho carinho! Aquele afago de mãe e de pai são sempre eficientes para aliviar o pequeno. Paciência e atenção são elementos fundamentais no processo de dentição do bebê. 

Agora, mais especificamente em relação aos dentes, uma das alternativas é lavar bem suas mãos e esfregar um dos dedos na gengiva do bebê por cerca de dois minutos - sem fazer muita força, obviamente. A tendência é que ele se sinta aliviado com a massagem. Outra alternativa é dar alimentos frios à criança, como maçã ou cenoura, cortadas em tamanhos grandes para que ela não engasgue.

E pomadas com analgésicos? Bem, este não é um método recomendado, pois gera efeitos potencialmente adversos. Em casos extremos, o bebê pode até tomar analgésico, mas desde que seja receitado pelo médico.

 

Morder é o melhor remédio

Objetos como chocalhos, anéis de dentição e outros brinquedos flexíveis ajudam o bebê a aliviar a dor e coceira decorrente da erupção dentária. Caso opte por um deles, certifique se os produtos possuem o selo de aprovação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Leia também: Picos de crescimento.

 

Como cuidar dos dentes do bebê

Assim como mamães e papais cuidam dos seus dentes, higienizando-os com escova, fio-dental e, às vezes, com enxaguante, é preciso agir dessa forma com o bebê. Melhor dizendo: de forma equivalente, até porque o pequeno ainda não está apto a usar fio-dental e enxaguante, por exemplo. Em dado momento, nem mesmo pasta.

Por isso, para garantir a saúde bucal perfeita do seu bebê, confira abaixo alguns cuidados essenciais:

 

Mamar no peito

A amamentação é a primeira e melhor maneira de estimular o bom desenvolvimento dos dentes da criança, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

 

Higienizar os dentes

Após cada mamada, é preciso lavar as gengivas do pequeno com um pano macio e úmido ou gaze. Quando os dentes nascerem, higienize-os com uma escova de dente macia (especial para bebês) ou gaze molhada. A partir do momento em que a criança adicionar outros tipos de alimento ao cardápio, você deve higienizar os dentes dela sempre após a ingestão de qualquer comida. O mesmo vale para medicamentos. 

E lembre-se: se for usar creme dental, escolha um tipo sem flúor até o nascimento de todos os dentes de leite. Isso porque os bebês demoram a aprender a cuspir, e a ingestão do flúor nessa idade é prejudicial.

O kit de treinamento NUK é um importante aliado nessa tarefa.

Kit de Treinamento NUK

 

Outras dúvidas comuns sobre a dentição do bebê

Você já aprendeu bastante sobre o tema, mas saber um pouco mais sempre ajuda, certo? Encare esta seção como uma espécie de “verdades e mitos” para caso outras dúvidas apareçam.

 

Mamadeira, chupeta e chupar o dedo fazem os dentes nascerem tortos?

A resposta é sim, ainda que em graus diferentes para cada prática. Hábitos como esses podem entortar tanto os dentes quanto a arcada dentária (parte óssea da mandíbula).

 

Mordedores aceleram o crescimento dentário?

Isso é um mito! O mordedor serve apenas para gerar uma sensação de conforto ao bebê, amenizando o incômodo da gengiva sensível e irritada. A ação de morder ajuda a mucosa a ficar mais preparada para o surgimento dos dentes, mas não acelera o crescimento.

Bebê em meio ao processo de dentição

 

Erupção dentária atrasada

De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), se a criança não tiver nenhum dente até os 18 meses de idade, é preciso levá-la ao dentista. O intervalo normal para o nascimento do primeiro dente é entre o quarto e o 15º mês, enquanto os demais seguem um padrão regular.

A maioria das crianças tem 4 dentes aos 11 meses; 8 dentes aos 15 meses; 12 dentes aos 19 meses; 16 dentes aos 23 meses, e 20 dentes aos 27 meses. Já os dentes permanentes começam a nascer por volta dos 6 anos de idade.

 

Causas do atraso na dentição do bebê

 

Genética

Estudo publicado na revista American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics indica algumas anomalias genéticas raras que causam malformação dentária e atraso na dentição do bebê. Entre elas, estão: amelogênese imperfeita e odontodisplasia regional.

 

Falta de nutrição adequada

Embora componham sintomas de males como síndrome de Down e hipopituitarismo, problemas nutricionais e raquitismo resistente à vitamina D também são capazes de atrasar a erupção dentária.

Criança durante consulta com dentista

 

Erupção dentária tardia é um problema?

A princípio não; mas, no futuro, provavelmente. Crianças geneticamente predispostas à erupção dentária tardia podem ter maiores chances de precisarem de tratamento ortodôntico. Além disso, vale ressaltar que os dentes de leite são essenciais para ajudar as crianças durante a alimentação, realizando a mastigação corretamente. Nesse ponto, o atraso também representa um obstáculo, até porque limita significativamente as opções de cardápio.

Em suma, ao notar que os dentes estão demorando demais a aparecer, mamães e papais devem marcar uma consulta com o dentista. Tenha em mente que saúde bucal é muito mais do que uma boca limpa!