Fenômeno de Raynaud na mama

O desconforto gerado pelo fenômeno de Raynaud pode ser um empecilho à amamentação.

 

O fenômeno de Raynaud, também conhecido como vasoespasmo, é uma breve condição que atinge a mama logo após a amamentação. Pesquisas indicam que até 96% das mulheres passam a sentir dores na região dos mamilos nas primeiras seis semanas depois do parto.

As causas dessas dores podem ser diversas, como: problemas de posicionamento do bebê; descida do leite dolorosa; obstrução dos ductos lactíferos; infecções secundárias, e dermatites de contato.

No entanto, o fenômeno de Raynaud pode causar tanto incômodo na mama que faz com que muitas mães desistam de amamentar. Além disso, provoca vasoconstrição nos mamilos. Isso quer dizer que, por um breve período, a circulação sanguínea sofre uma parada no local logo após as mamadas. Aos poucos, o fluxo se restabelece, porém a mulher sente bastante dor e ardência durante esse processo.

É importante saber identificar se o fenômeno de Raynaud pode estar afetando a mama. Um dos sintomas mais característicos é o centro do mamilo esbranquiçado, seguido de dor local.

 

Causas do fenômeno de Raynaud na mama

A deficiência de algumas substâncias no organismo, como magnésio e cálcio, além do uso de alguns medicamentos específicos, podem desencadear o fenômeno de Raynaud na mama. 

Mas, em geral, problemas circulatórios são o principal motivo, e, por isso, o problema pode se manifestar nas extremidades do corpo, como nos dedos das mãos e dos pés.

Diante de qualquer dificuldade durante a lactação, é importante contar com o acompanhamento de uma consultora em amamentação, que irá avaliar a melhor forma e posicionamento para nutrir o bebê.

A sucção por muito tempo pode causar traumas mamilares que resultam na vasoconstrição e os sintomas do fenômeno de Raynaud na mama. Nessas horas, também lembre-se de contar com um especialista na área.

Vale ressaltar que os níveis elevados de estrogênio provocam uma resposta vasomotora exagerada. Por isso, mulheres em idade reprodutiva estão mais propensas a enfrentar essa condição.

A ação da elevação desse hormônio no organismo acentua a expressão de receptores adrenérgicos no músculo liso; assim, as artérias cutâneas induzidas pelo frio podem sofrer constrição.

Você pode perceber o fenômeno de Raynaud na mama pelas mãos

 

Diagnóstico do fenômeno de Raynaud na mama

Para que seja feito um correto diagnóstico da condição, a mulher deve procurar ajuda médica ao sentir dor crônica no mamilo (entre moderada e forte), incluindo pontadas e queimação, por no mínimo quatro semanas.

Também é preciso observar alterações de cor nos mamilos, especialmente quando há exposição ao frio. A maior sensibilidade ao frio e mudanças de cor na pele podem afetar os pés e as mãos, o que deve ser reportado ao médico.

Em alguns casos, a mulher pode passar por uma terapia com antifúngicos orais, isso porque o fenômeno de Raynaud na mama é facilmente confundido com candidíase, dadas suas similaridades.

Porém, não responder bem ao tratamento serve para descartar a infecção e confirmar o diagnóstico preciso.

 

Como funciona o tratamento?

Para que haja uma normalização da circulação sanguínea no mamilo, é recomendado o uso de compressas mornas no local. Lembrando que, devido à sensibilidade ao frio, temperaturas baixas agravam os sintomas. Massagem nas mamas e alongamento do músculo peitoral são muito benéficos durante o tratamento.

Alguns alimentos devem ser evitados, como aqueles ricos em cafeína, pois elevam o risco de vasoconstrição. Já na hora de amamentar, bicos artificiais podem prejudicar a pega do bebê.

Se as medidas iniciais não surtirem efeito, o médico pode receitar alguns medicamentos, como bloqueadores de canal de cálcio, que provoca a vasoconstrição.

Mas eles são a última alternativa, porque o principal efeito colateral é a queda de pressão, de modo que, antes, é necessário avaliar a tolerância da mãe.

O tratamento para o fenômeno de Raynaud na mama dispensa certos alimentos

 

Por que investigar o fenômeno de Raynaud na mama?

Conforme dito anteriormente, muitas mamães acabam desistindo da amamentação precocemente devido às dores e incômodos causados pelo vasoespasmo. No entanto, o leite materno é essencial e contém os anticorpos necessários para formar o sistema imunológico da criança.

Para além da importância nutricional, estudos comprovam que o contato pele a pele entre mãe e filho durante a amamentação proporciona um vínculo emocional, dando início à evolução social e psicológica.

Existem muitos recursos disponíveis para ajudar a encontrar o suporte necessário para amamentar com sucesso. Por exemplo, procurando a assistência de um profissional de saúde especializado em amamentação ou participando de grupos de suporte para mães que querem amamentar.

Seja amorosa e gentil consigo mesma e não desista de amamentar no primeiro sinal de dificuldade. Com o suporte adequado, é possível encontrar a melhor forma de confortar a situação e estabelecer um vínculo forte com seu bebê enquanto amamenta. Este é um ato de amor.

 

Outras causas que dificultam a amamentação

Que a amamentação é fundamental, você já sabe. Mas, além do fenômeno de Raynaud, outras questões podem afetar esse processo tão delicado e importante. Por exemplo:

 

Mamilos invertidos

Quando o mamilo é invertido, o bebê pode ter dificuldade em segurar o mamilo e sugá-lo corretamente.

 

Mastite

A mastite é uma infecção nos seios, capaz de deixá-los inchados e doloridos, trazendo dificuldades à amamentação.

 

Hipogalactia

Trata-se de quando a mãe não produz leite suficiente para alimentar o bebê. Isso pode ser causado por vários fatores, incluindo estresse, ansiedade ou fadiga.

 

Diferenças anatômicas

As mulheres podem ter dificuldade em amamentar devido a diferenças anatômicas. Por exemplo, algumas mães têm seios menores ou mamilos mais curtos do que o normal, o que dificulta a pega.

Caso esteja enfrentando dificuldades na amamentação, não hesite em procurar ajuda. Vários recursos podem ajudá-la a aprender estratégias para facilitar o processo e torná-lo uma experiência única.

 

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