Como saber se seu filho sofre uma disfluência ou gagueira patológica

A fala representa um grande marco no desenvolvimento das crianças. Por facilitar a comunicação dos pequenos com o mundo, é um frequente motivo de preocupação entre papais e mamães, que ficam apreensivos e ansiosos por esse momento.

No entanto, é preciso acompanhar esse desenvolvimento de perto para identificar possíveis problemas quanto à fluência.

Uma das patologias comuns quando a criança está na fase de aquisição de linguagem é a disfluência. Ela é caracterizada pela dificuldade no fluxo e fluência da fala, podendo se tornar patológica, o que caracteriza a gagueira.
É importante que os pais, avós, pessoas próximas ou cuidadores fiquem atentos a qualquer sinal de anormalidade durante esse processo e, sempre que tiverem dúvidas, consultem um fonoaudiólogo, que é o profissional capacitado para diagnosticar qualquer problema relacionado à voz e à fala.

Existem diferenças entre as disfluências naturais, que são manifestações naturais e que fazem parte do desenvolvimento de fala de algumas crianças no período de aquisição de linguagem, e a gagueira, que apresenta sinais efetivos e patológicos e que precisam de tratamento.

Abaixo listamos algumas características da gagueira fisiológica e da patológica:

  • A frequência e a duração da gagueira, sendo mais frequentes e persistentes na patológica
  • Evolução: a gagueira fisiológica desaparece no decorrer do desenvolvimento da fala, já a gagueira patológica permanece ou se agrava com o passar do tempo.
  • Linguagem: a criança que apresenta gagueira fisiológica emite fonemas e sílabas corretamente, já as crianças que tendem a desenvolver a gagueira patológica apresentam dificuldades na emissão de alguns fonemas e, principalmente, nas primeiras sílabas das palavras
  • Tanto a gagueira fisiológica quanto patológica são involuntárias, ou seja, não dependem da vontade da criança
  • Comportamento do corpo: na gagueira patológica as crianças apresentam movimentos associados de cabeça, olhos ou membros superiores e inferiores, e esses movimentos tendem a se intensificar com a evolução do quadro. Na disfluência fisiológica não se apresenta tensão ou movimentos associados.
  • Desempenho linguístico: na Gagueira patológica podemos observar que existe um comprometimento na produção de frases e produção de não-palavras (sequência de letrinhas que não representam uma palavra).
  • Outras manifestações: a criança muitas vezes se mostra impaciente, tímida e retraída, podendo evitar o contato visual e desistindo de falar. Esse comportamento vem associado da falta de coordenação entre a fala e a respiração.

Devemos estar sempre atentos ao período de aquisição e desenvolvimento de linguagem e qualquer manifestação exagerada do fluxo e fluência com duração, além do esperado, informe ao pediatra e ele encaminhará ao fonoaudiólogo para uma avaliação específica e tratamento adequado, se for o caso.

 

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Lavinia Springmann