Bebês e animais

Bebês e animais são o sonho de muitos casais. Veja os benefícios e cuidados necessários para ter essa duplinha em casa!

 

Bebês e animais são fofuras irresistíveis, não é mesmo? Juntos, então, nem se fala! Porém, é comum que papais e mamães tenham dúvidas sobre o tema. As principais delas são em relação ao convívio: existe algum risco? Quais? E os benefícios? Quais cuidados devo tomar? Calma, a gente já vai te contar tudo, a começar pelas coisas boas!

 

Fortalecimento do sistema imune

Como em toda relação entre um humano e um animal, há chance de o pet transferir alguma doença para a pessoa, e vice-versa. Mas, no caso de bebês e animais, pode ser algo extremamente benéfico. Pesquisas apontam que o convívio entre bebês e cachorros diminui as chances de a criança se infectar, além de reduzir as chances de asma ou dermatite atópica, doenças que costumam preocupar na infância.

Especialistas acreditam que o convívio com cachorros, gatos e outros pets estimulam o sistema imune por meio de um “treino”, já que os bichinhos soltam pêlo, lambem o bebê e possuem um conjunto de bactérias diferentes dos humanos.

 

Estímulos ao cérebro

O cérebro de uma criança que convive com animais de estimação costuma ser mais estimulado, devido à curiosidade que o “ser diferente” gera. Assim, o bebê tenta desenvolver uma relação com o animal. Portanto, isso é extremamente benéfico. Quanto mais estímulos ao cérebro, mais conexões neurológicas se formam. Além disso, a relação das crianças com os animais faz com que os pequenos realizem diversas atividades físicas, aperfeiçoando suas habilidades motoras.

 

Desenvolvimento emocional

As principais vantagens emocionais obtidas pela relação entre bebês e animais são:

 

  • Desenvolvimento de empatia;
  • Ver o próximo como alguém com características e sentimentos diferentes dos seus, evoluindo o nível de compreensão e diminuindo o grau de egoísmo;
  • Desenvolvimento da comunicação não verbal;
  • Lições sobre a vida como: nascimento, reprodução, doenças, acidentes, duelos e morte; além do respeito por outros seres vivos;
  • Criação e fortalecimento da noção de responsabilidade;
  • Estímulo de companheirismo, amizade e cuidado.

 

Controle do estresse e efeitos terapêuticos

Cachorros, gatos e outros bichinhos podem diminuir o risco de ansiedade infantil, de acordo com estudo do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. A principal teoria aponta que, ao fazer carinho no animal de estimação, o corpo libera ocitocina, hormônio ligado aos vínculos afetivos, que melhora a resposta física e psicológica ao estresse. 

Além disso, crianças com transtornos físicos e neurológicos se beneficiam muito do convívio com animais de estimação, sendo muitas vezes parte do tratamento de doenças como autismo.

 

Mais atividade física = menor chance de obesidade

Bebês e crianças que possuem forte vínculo emocional com cachorros tendem a ser mais ativos fisicamente. Brincar com o animal e levá-lo para passear são algumas das atividades físicas que diminuem as chances de sedentarismo e obesidade.

Além disso, uma pesquisa da Universidade de Alberta, no Canadá, mostrou que os cães não só reforçam o sistema imunológico dos bebês - diminuindo o risco de desenvolverem doenças alérgicas - como também os protegem da obesidade. 

Pesquisadores examinaram amostras de aproximadamente 700 bebês. Nela, 46% conviveram com pelo menos um pet (a maioria, cachorro) desde a barriga da mãe (nos últimos seis meses de gestação) até os três meses após o nascimento.

O exame de fezes dos recém-nascidos apontou que o grupo que teve contato com o cão desde a barriga apresentava, em média, o dobro de bactérias (Ruminococcus e Oscilospira), em comparação à turma que não tinha um mascote. Essas duas bactérias estão ligadas à uma chance menor das crianças apresentarem complicações alérgicas e ganho acelerado de peso.

 

Cuidados necessários

O maior perigo de deixar bebês e animais conviverem juntos é o risco de transmissão de doenças. Porém, pequenos detalhes já evitam esse problema. 

 

  • A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que pais supervisionem a relação entre seus filhos e os pets até os 7 anos de idade;
  • Bons hábitos de higiene, tais como lavar as mãos após contato com o bichinho (principalmente se estiver ele estiver com diarreia ou algum outro sintoma);
  • Visitas regulares ao veterinário: é importante que o animal de estimação esteja devidamente vacinado e com controle de pulgas e carrapatos em dia;
  • Escolher um pet que se adapte ao seu estilo de vida e a sua casa;
  • Utilizar produtos esterilizadores para diminuir ainda mais o risco de qualquer infecção;

 

Como escolher um pet

Dificilmente encontraremos um animal de estimação que não seja fofo. Não importa se são cachorros, gatos, aves, peixes ou roedores. Porém, é importante ressaltar que cada bichinho tem hábitos e necessidades diferentes, o que torna necessário pensar se realmente vale a pena ter um.

Leia também: O desenvolvimento da fala.

 

Cachorros

Crianças e cachorros normalmente são ótimos companheiros, mas é sempre bom optar por um cão que seja extrovertido, dócil e companheiro. Mais importante do que focar na raça, é analisar as características do animal, já que, assim como nós, são indivíduos únicos.

 

Gatos

São mais independentes e exigentes do que os cachorros; portanto, também têm utilidade no aprendizado em respeitar a vontade do próximo. A idade e o perfil da criança devem ser levados em conta na escolha. Se ela for menos ativa, é recomendável optar por um gato independente e de baixa energia. Agora, caso seja mais nova e brincalhona, convém optar por um gato com mais energia.

Como todos animais, os gatinhos também apresentam características individuais; porém, bichanos das raças persa e Maine Coon são considerados mais sociáveis do que os demais. Por outro lado, os gatos sem raça definida aprendem a socializar melhor.

 

Pássaros

É importante procurar aves que sejam pouco ariscas e bastante afetivas. Normalmente, canários belgas, periquitos australianos e calopsitas são as raças que melhor atendem a esses requisitos. Recomenda-se que a criança só passe a segurar o animal em suas mãos a partir dos 7 anos de idade.

 

Répteis

Essa classe é protegida pelo IBAMA; portanto, fique atento em relação à legalidade do animal que você está adquirindo. Entre os répteis, os mais indicados são: tartarugas (aquáticas), jabutis (terrestres) e cágados (semiaquáticos). Como possuem uma tendência maior a serem portadores de bactérias, é interessante escolher um animal grande o suficiente para impedir que a criança o maneje com facilidade. Isso diminui a chance de o pequeno ter contato com as bactérias do pet e depois levar à boca, nariz ou olhos. 

Répteis não são indicados para crianças menores de 5 anos, e deve-se sempre lavar as mãos após contato com o animal.

 

Roedores

Ideal para famílias que não possuem muito espaço em casa. São animais de baixo custo e capazes de estabelecer uma relação afetiva com o dono. Segue lista dos roedores mais indicados:

Chinchila: animal sensível ao calor e ruídos. Alimenta-se pouco e não incomoda com barulhos ou cheiros desagradáveis. No entanto, por possuírem hábitos noturnos, a interação com crianças é prejudicada.

Porquinho da índia: É um animal mais propenso a brincar com seu dono e se adaptar à rotina dos humanos. A expectativa de vida varia entre 4 e 8 anos.

Hamster: independentes, não necessitam de cuidados como banhos e vacinas. Costumam viver de 2 a 4 anos.

Furão: ele se assemelha a um cachorro. Animal ativo, aprende truques e passeia na coleira. Necessita alimentação diária, carinho e atenção. A expectativa de vida varia entre 6 e 10 anos.

Coelho: requer atenção e muita atividade. É preciso ter um local onde ele possa relaxar sozinho, mas que não seja completamente isolado da família. Curioso, pode entrar em tubulações e buracos; portanto, tenha atenção, caso adquira um. A personalidade, por sua vez, varia de coelho para coelho.

 

Peixes

Geralmente são escolhidos como primeiro animal de estimação, por não exigirem muitos cuidados e responsabilidades, além do baixo custo. Alguns peixes podem interagir mais com seus donos e até aprenderem truques. Os mais recomendados para crianças são: dourado, tetra e betta. Vale ressaltar, porém, que o betta deve viver sozinho no aquário.

 

Aprendizados

Mesmo sem falarem uma palavra, os animais podem transmitir aprendizados e valores muito importantes para a vida humana. Destacamos alguns deles.

Tolerância: o respeito e paciência com o próximo são despertados e desenvolvidos,  pois o animal possui vontades e limitações próprias.

Afeto: a criança aprende que, para receber afeto, é preciso dá-lo. Os animais são importantes nesse processo, pois tendem a retribuir os sentimentos. 

Responsabilidade: por mais que os adultos sejam os verdadeiros responsáveis pelo animal, a criança deve ajudar - levando para passear, alimentando o animal e o higienizando. Isso faz com que ela aprenda a cuidar do próximo.