Como funciona a inseminação?

O sonho da gravidez e da constituição de uma família é comum para grande maioria dos casais, ou até para pessoas solteiras. No entanto, a gestação nem sempre é um processo conquistado facilmente. Por isso, muitos parceiros optam pela inseminação artificial. Mas, afinal, você sabe o que é esse procedimento? 

É muito comum as pessoas confundirem, por exemplo, a inseminação artificial com a fertilização in vitro. Isso ocorre devido à falta de informações transmitidas a elas em relação a todos esses métodos.

A inseminação artificial é praticada há muitos anos, sendo um método de fertilização que consiste na introdução de espermatozóide dentro do útero da mulher durante seu período fértil, ou seja, quando ela está ovulando. O procedimento visa a facilitar a união dos gametas, ajudando, então, na formação do embrião. No Brasil, a inseminação artificial é praticada desde 1970.

Entretanto, já havia sido descoberta muitos anos antes, e por muito tempo foi a única opção para casais com dificuldades para constituir uma família. Apesar do que várias pessoas pensam, a inseminação é um procedimento relativamente simples.  

Coleta-se uma quantidade de sêmem do homem, o que pode ser feito tanto no laboratório, quanto em casa. Depois, essa "porção" é avaliada e selecionada em um laboratório, para que se separe os espermatozóides de acordo com a sua mobilidade e qualidade. Só as células mais saudáveis são escolhidas para a inseminação. Em muitos casos, a doação de espermatozóides é necessária, e ela pode ser feita através de um banco de sêmem. 

 

Os processos para a mulher

 

Enquanto todos esses procedimentos acontecem, a mulher pode tomar medicamentos para indução da ovulação. Eles podem ser prescritos por via oral ou por meio de injeções. 

Durante esse processo, é importante o acompanhamento de um médico, que faça o ultrassom seriado para a verificação do crescimento dos folículos (estruturas que abrigam os óvulos). Quando os folículos estão prontos, a mulher passa a ingerir um medicamento que permite a liberação dos óvulos. Portanto, durante a ovulação, é feita a colocação dos espermatozóides dentro do útero da mulher. 

Lembrando que esse procedimento precisa ser realizado em uma clínica especializada - as  chamadas clínicas de reprodução humana - com os equipamentos corretos e permitidos por autoridades de saúde, para que não ocorram problemas. 

Para se ter uma visualização de como a inseminação é feita, damos o exemplo do exame Papanicolau. Por meio dele, insere-se na vagina um bico de pato; e, depois, um fino cateter que contém os espermatozóides. O posicionamento desse cateter é monitorado e bem escolhido por meio de uma ultrassonografia. Doze dias após o processo, pode-se fazer um teste de gravidez.

 

Tipos de inseminação artificial 

Com o bom desenvolvimento das tecnologias, e dos métodos medicinais, surgiram também diferentes tipos de inseminação artificial. Os dois mais utilizados atualmente são a Inseminação Intrauterina (IU) e a Inseminação Intracervical (IC). A primeira costuma ser mais escolhida, devido aos seus melhores resultados. Na IU, realiza-se o tratamento dos melhores espermatozóides, que são inseridos diretamente no útero da mulher. As chances de gravidez aumentam substancialmente com esse processo, visto que a inserção é feita já no útero, além da maior presença de boas células próximas do óvulo. 

Já a IC consiste na inserção dos espermatozóides no cérvix por meio de uma seringa. Ou seja, uma forma de "simulação" da forma como pênis deposita o sêmem durante o ato sexual por meio da ejaculação. 

Existem também, como dito anteriormente, outros métodos menos utilizados de inseminação artificial. Entre elas: 

 

  • Inseminação Intratubária, onde é feita a deposição dos espermatozóides na trompa de Falópio; 
  • Inseminação Intrafolicular, quando é feita a deposição do sêmem diretamente no folículo; 
  • Inseminação Intraperitoneal, com a deposição feita na cavidade abdominal (menos utilizada). 

 

Lembrando novamente: as inseminações artificiais são procedimentos distintos da fecundação in vitro

A segunda, na realidade, é a fecundação do óvulo pelos espermatozóides, só que em um ambiente controlado, ou seja, fora do corpo. Portanto, após essa fecundação, o embrião é inserido dentro do útero da mulher para a conclusão da gestação. 

 

Toda mulher pode optar pela inseminação artificial? 

Obviamente, o processo de inseminação geralmente é indicado para mulheres que buscam e desejam ficar grávidas, mas que, por alguma razão, não conseguem. Entre as indicações mais frequentes, está o caso de casais em que o homem apresenta algum tipo de alteração leve nos espermatozóides, por exemplo: células lentas e com dificuldade de locomoção. 

Mulheres que demonstram algum tipo de alteração uterina, como endometriose leve, também podem recorrer à inseminação. Também são comuns os casos nos quais o banco de sêmen é requisitado, sobretudo quando: a mulher não tem um parceiro; o homem não possui gametas; ou trata-se de um casal homoafetivo. Já casais que não apresentam nenhum problema e dificuldade relacionada à fertilidade podem optar pela inseminação artificial, apesar dos raros casos, para um controle mais rígido do momento de gestação. 

 

Taxas de sucesso e os riscos da inseminação artificial 

Infelizmente, os casos de sucesso não são tantos - eles giram em torno de 20%. Lembrando que uma porcentagem reduzida é apresentada para mulheres com mais idade. Após os 35 anos, as chances são cada vez menores. Quando a inseminação não apresenta o resultado esperado, geralmente sugere-se mais duas tentativas, que podem ser feitas logo em seguida, em novos ciclos. 

Porém, se o panorama não se alterar após as novas tentativas, o tratamento terá sido inefetivo. Diante disso, novas consultas médicas e outros exames devem ser realizados a fim de buscar diferentes alternativas.

 

Em relação a riscos, a inseminação artificial - quando feita em locais especializados e autorizados - apresenta pouco perigo. Uma das questões é o elevado índice (15%) de gravidez gemelar, ou seja, de gêmeos. Outro risco - este apresentado com maior frequência - é o desenvolvimento da Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO), que aumenta as chances da mãe desenvolver trombose durante a gravidez. 

Mesmo assim, esse é um quadro pouco visto nos processos de inseminação, pelo fato de ser controlado por um profissional, utilizando baixas taxas de hormônio. No geral, a inseminação é um tipo de recurso bastante recomendado para pessoas que possuem o sonho de constituir uma família. Vale a tentativa. E jamais se esqueça de realizá-lo com monitoramento médico e profissionais especializados.